Abstract:
As parasitoses apresentam importante papel para a saúde pública por estarem associadas
diretamente às condições socioeconômicas relacionadas à pobreza e a condições de vida
inadequadas. O Brasil, por ser um país em desenvolvimento, possui problemas
socioeconômicos e fragilidades sociais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são
mais de 2 bilhões de seres humanos infectados por algum tipo de endoparasitas. Entre as
enfermidades intestinais mais importantes, destacam-se as ocasionadas por protozoários e
helmintos com uma incidência de 25% da população mundial sendo acometida, através da
ingestão de alimentos contaminados por ovos, larvas, cistos ou oocistos, por intermédio das
condições higiênicas provenientes da irrigação, solo contaminado, falta de boas práticas de
higiene. Assim este trabalho teve como objetivo pesquisar a diversidade e a frequência de
enteroparasitas encontrados em alfaces e couve-folhas minimamente processadas prontas para
consumo, adquiridas por meio de supermercados que as disponibilizavam. Utilizou-se como
metodologia a pesquisa de campo, exploratória, com abordagem quantitativa. Foram coletadas
8 amostras totais entre alface (Lactuca sativa) e couve-folha (Brassica oleracea), provenientes
de dois supermercados localizadas no centro da cidade de Sinop/MT, sendo 2 (duas) amostras
coletadas em cada supermercado para cada hortaliça. Foi utilizado o método de sedimentação
espontânea Hoffman e o método de centrífugo-flutuação de Faust, ambos adaptados para
pesquisa de parasitos em alimentos. A pesquisa teve um total de 96 lâminas analisadas, sendo
24 para cada supermercado, que obteve 8 coletas totais. Os resultados obtidos indicaram
presença de enteroparasitas em 36,46% (n=35) das lâminas e 63,54% (n=61) indicaram
ausência de enteroparasitas. Das amostras positivas, 15 casos, com presença de Giárdia
lamblia, e 1 casos por Ascaris lumbricoides. Conclui-se, portanto, que a ocorrência de parasitas
em alface e couve-folha minimamente processados, é devido a precariedade nos cuidados com
a higienização das hortaliças por parte dos manipuladores, falta de capacitação destes quanto
às normas de segurança e deficiência na fiscalização dos estabelecimentos pela Vigilância
Sanitária.